Anatel e Universidade Federal do Rio de Janeiro firmam parceria para pesquisa em Inteligência Artificial na Gestão do Espectro

27/12/2024

Tecnologia

Liderada pelo Ceadi, a iniciativa busca explorar soluções de IA para aprimorar a gestão do espectro de radiofrequências, promovendo a inovação e fortalecendo a regulamentação no setor de telecomunicações.

Fonte: Anatel/Divulgação

Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), por meio do Centro de Altos Estudos em Comunicações Digitais e Inovações Tecnológicas (Ceadi), divulga a celebração de um Termo de Execução Descentralizada (TED) com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) para um novo projeto de pesquisa, que se concentrará no desenvolvimento de soluções de Inteligência Artificial (IA) para a gestão do espectro de radiofrequências. 

O objetivo da iniciativa é aprimorar o planejamento e a gestão do espectro, explorando técnicas de IA aplicáveis a casos específicos. O trabalho será realizado em quatro etapas: análise de abordagens de IA para radiocomunicações, aplicação da tecnologia na gestão do espectro, estratégias para adoção das soluções pela Anatel e, ao final, a elaboração de um relatório consolidando os resultados obtidos. 

O espectro de radiofrequências é um recurso indispensável para serviços como rádio, TV, telefonia móvel e tráfego de dados. Sua gestão eficiente é crucial para o desenvolvimento econômico e social, influenciando diretamente os investimentos em infraestrutura de telecomunicações no Brasil. 

A parceria reforça o compromisso de ambas as instituições em promover a inovação, fortalecer a regulamentação e atender às crescentes demandas do setor, combinando pesquisa acadêmica de excelência com ações práticas voltadas para o futuro das telecomunicações. 

Para o presidente do Ceadi, conselheiro diretor da Anatel, Alexandre Freire, o uso de inteligência artificial na gestão do espectro representa uma fronteira promissora para a inovação no setor de telecomunicações. Segundo Freire, "a Agência, por meio do Ceadi, tem se dedicado de maneira pioneira a fomentar estudos e iniciativas com o objetivo de otimizar o uso desse recurso estratégico para o desenvolvimento econômico e social do Brasil". O conselheiro também ressaltou que "este projeto, em parceria com a UFRJ, é uma oportunidade única de integrar novas tecnologias aos processos regulatórios e de fortalecer a capacidade da Anatel em lidar com os desafios do futuro digital, com transparência e eficiência, em conformidade com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável". 

O conselheiro substituto e superintendente de Outorga e Recursos à Prestação da Agência, Vinicius Oliveira Caram Guimarães, ressalta que, ao adotar essas tecnologias, a Anatel se alinha às melhores práticas internacionais recomendadas por organismos como a União Internacional de Telecomunicações (UIT). "Essa iniciativa fortalece a posição do Brasil em fóruns globais e reafirma o compromisso do país com a inovação tecnológica e a modernização das telecomunicações, além de fomentar um ambiente mais competitivo e conectado", destaca. 

A pesquisa em IA aplicada à gestão do espectro proposta pela Anatel está em conformidade com o artigo 139-A do Regimento Interno da Agência, que atribui ao Ceadi a responsabilidade de promover o avanço técnico e científico nas discussões sobre telecomunicações. Além disso, está alinhada com o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 16, especificamente a meta 16.6, que visa promover o desenvolvimento de instituições eficazes, responsáveis e transparentes em todos os níveis. 

O projeto, com duração de 30 meses, prevê a realização de workshops para a divulgação interna e externa dos resultados da pesquisa. Entre os produtos esperados estão roteiros (roadmaps) para a adoção, pela Agência, das potenciais soluções de IA voltadas para a Gestão e Uso Eficiente e Dinâmico do Espectro. Esses roteiros incluirão ações de curto, médio e longo prazo, abrangendo a atualização do arcabouço regulatório pertinente, a proposição de aquisição de softwares e plataformas (tanto em versões padrão quanto customizadas), e o desenvolvimento de ferramentas específicas criadas ao longo da pesquisa para esse propósito.

Fonte(s): Agência Nacional de Telecomunicações